30 de dezembro de 2010

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A variação linguística tem sido objecto de interesse de inúmeros estudiosos da Língua Portuguesa, onde se destacam nomes como o de José Leite de Vasconcellos, Manuel da Paiva Boléo ou de Luís Filipe Lindley Cintra.

Embora a variação possa ocorrer por diferentes motivos e situações, a variação diatópica (de lugar) assume um carácter significativo no que respeita à diversificação linguística, contribuindo para a consciência que existem diversas variantes regionais no interior da língua portuguesa.

Conhecer melhor a «língua do povo», sobretudo em zonas rurais raianas, separadas por uma fronteira política, bastante influenciadas no seu modus vivendi por motivos históricos e sociais, é um factor de extrema importância para a compreensão de um idioma, no sentido de podermos encontrar nesses espaços de território quase marginalizado pela sociedade, formas arcaicas (a nível fónico, gramatical ou lexical) que podem fornecer um contributo muito válido para a descrição da realidade linguística das regiões da Beira Baixa e da Extremadura espanhola.